sexta-feira, 22 de março de 2013

Mais uma audiência sem respostas


Foi realizada, na segunda-feira, dia 18, a quarta audiência sobre o desaparecimento da jovem de Agudo, Daniela Ferreira, 19 anos, no domingo, 29 de julho de 2012 quando saía de uma festa do Clube Centenário. O suspeito, Rogério Oliveira, 42 anos, falou por 2h45min, sem assumir a autoria do crime. Antes dele, dois funcionários da empresa em que Rogério trabalhou testemunharam em relatos que duraram menos de meia hora.

Estiveram presentes na sala do Juiz Tiago Tweede Luis, no Fórum de Agudo, representando o Ministério Público o promotor Sandro Loureiro Marones, o advogado de acusação que representa a família da jovem desaparecida, Daniel Tonetto, e o advogado de defesa do suspeito, Antônio Carlos Porto e Silva.

Familiares e alguns amigos de Daniela estiveram em frente a comarca de Agudo na expectativa de que Oliveira falasse onde está o corpo. Celi Fuchs, mãe da jovem, relatou e entrevista a Rádio Integração que sente um vazio aliado a saudade que tem da filha. “Tem alguém faltando em casa. Sempre fui o pai e a mãe dela e tive a Daniela arrancada dos meus braços com esta violência. Não é fácil para mim. Não quero que ninguém passe o que estou passando. Não desejo isso para ninguém. Espero que este sujeito fale onde deixou a minha filha. Para mim ele é um animal,” desabafou Celi. 



O promotor Marones relatou, após audiência, que foi buscado junto a acusação uma confissão do suspeito e que apesar de não ter obtido sucesso estão convicto que o caso irá para o Tribunal do Júri. “Vamos obter a condenação desse criminoso. Não tenho dúvidas, que ele é um dos criminosos mais perigosos que tem no estado do Rio Grande do Sul hoje. Trata-se de uma pessoa fria, meticulosa e que já tem uma ficha criminal onde utilizou de violência e grave ameaça nos crimes que cometeu. Durante essa audiência, ele estava em se sentindo em uma situação glamourosa,” descreveu o representante da promotoria.

 Ainda conforme o promotor, o suspeito apresentou contradições que denominou de surreais, chegando a dizer que pode haver uma conspiração internacional contra ele. Quando questionado se é necessário o desaforamento do caso, Marones se diz contrário a ideia, levando em consideração que Agudo possui uma população ordeira, consciente de seus direitos e deveres. “A comunidade do município tem maturidade e o juiz muita responsabilidade e capacidade, esse desaforamento é desnecessário.”

O advogado de defesa, Porto e Silva, disse que a acusação não tem provas e que com isso acabam levantando fatos ocorridos há 20 anos. “Gostaria que apresentassem as provas, que ele estuprou, matou, escondeu o corpo. Será que ele escondeu também assim que não há lugar onde ela está? São muitos mentirosos acusando, mas provas concretas não há,” enfatizou a defesa.

Já a acusação, representada por Daniel Tonetto descreveu a personalidade do suspeito durante o interrogatório, “ele demonstra total frieza, um psicopata. Pedi a ele que falasse onde estava o corpo e ele não demonstrou nada de remorso. Quando ele chegou aqui e viu toda essa movimentação, acredito que pensou estar no ápice da sua carreira criminosa, ele parecia estar feliz com toda essa situação. Ele falou tanta bobagem por mais de duas horas, não falou nada com nada.”

O Juiz Tiago Tweede Luis, em entrevista coletiva, falou de forma sucinta quais as próximas etapas do processo, “agora o processo vai para prazo e memoriais, cinco dias no Ministério Público, cinco dias para o assistente de acusação, cinco para a defesa. Após essa fase de prazos e memória, o processo vem concluso para o juiz e pelo código do processo penal, o juiz tem possibilidade de quatro decisões: pronuncia, impronuncia desclassificação e absolvição própria,” explicou Tweede. 

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